Pesquisa inédita faz paralelo entre sistema de educação infantil português e brasileiro
A sanção do novo Plano Nacional de Educação (PNE), em junho, que, entre outras medidas, estabelece a meta de universalizar a pré-escola (4-5 anos) até 2016 e de atender no mínimo 50% das crianças de até 3 anos em creches, e a discussão em torno da federalização da educação de base lançam luz sobre tema a Educação Infantil, trazendo diversas questões sobre modelos a serem adotados e necessidade de se estabelecer parâmetros de avaliação de qualidade desses serviços.
Com o objetivo de provocar uma reflexão sobre como promover a ampliação da Educação Infantil no Brasil garantindo a qualidade, a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e a Fundação Itaú Social, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com coordenação técnica do Centro de Criação de Imagem Popular (Cecip),desenvolveram o estudo inédito Educação Infantil em Debate – a Experiência de Portugal e a Realidade Brasileira. A Cross Content é responsável pela redação final e produção visual da publicação.
A pesquisa analisa a experiência de Portugal, país que se destacou entre os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) pelos esforços de ampliação do acesso à creche e pré-escola, fazendo um paralelo com o modelo brasileiro. A pesquisa utilizou a metodologia exploratória, descritiva com a compilação de dados quantitativos e qualitativos obtidos por meio de análise de dados secundários (documentos) e de dados primários, ou seja, além de observações de campo, foram realizadas entrevistas com profissionais de diferentes instituições, desde creches e pré-escolas de variadas regiões a órgãos do governo, universidades e organizações da sociedade civil.
“O estudo não pretende, de forma alguma, apontar qual é o melhor modelo para o Brasil, mas traz um pouco da experiência de Portugal, que, para atender suas demandas, optou por uma diversificação de soluções para a educação infantil e creche, apostou em qualidade e investiu em formação continuada dos profissionais”, explica Eduardo Marino, gerente de avaliação da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.
De acordo com a gerente de Educação da Fundação Itaú Social, Patricia Mota Guedes, o sucesso alcançado em Portugal deve-se, em grande medida, a esforços em gestão educacional, muito apoiados pela forte participação da sociedade civil. “O estabelecimento de planos de carreira, a estrutura de financiamento, assim como investimentos na formação inicial e continuada, na estruturação do currículo e na implantação de sistemas de avaliação, foram pontos essenciais para expandir a oferta sem perder a qualidade”, afirma.
Conhecer a realidade da gestão de creches e pré-escolas em Portugal pode estimular questionamentos e, quem sabe, o levantamento de alternativas originais para os desafios brasileiros. O modelo de Amas, por exemplo, por mais que seja uma medida com potencial controverso, provoca reflexão sobre a possibilidade de um sistema de apoio e acompanhamento para as chamadas mães crecheiras/cuidadoras brasileiras. A experiência também levanta a possibilidade de os municípios considerarem alternativas estruturadas de atendimento para as famílias que estão aguardando por vagas em creches.
Outra inovação administrativa portuguesa é o chamado agrupamento de escolas, que reúnem a pré-escola, a escola de Ensino Básico obrigatório e a de Ensino Secundário de um mesmo território, sob a liderança de uma mesma equipe gestora, baseada na escola.
A publicação Educação Infantil em Debate – a Experiência de Portugal e a Realidade Brasileira será lançada nesta quinta (13) às 12h15, no 4º Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância (Hotel Maksoud Plaza – Alameda Campinas, 150 , São Paulo).
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